quinta-feira, 19 de março de 2009

Como vim parar aqui

Bom, de início, faço um post um tanto quanto nostálgico, com um texto de 2005. Mas 4 anos atrás, por que isso?

Calma, eu explico.

Provavelmente sem o texto abaixo eu não estaria aqui. Ou teria chegado um pouco depois e muita coisa teria sido diferente. Trata-se de uma publicação feita em um blog pessoal que eu tinha.

seguinte..

Toquei em uma das prévias do Calango 2005 e o repórter Iuri Gomes (que depois passou pela Gazeta e pela Folha do Estado) fez uma matéria muito mal apurada (ossos do ofício, o Iuri é bom!) relatando um caso de plágio (!!!) na apresentação de uma das bandas das prévias, no caso a minha. A única coisa que eu fazia além da faculdade de história e de ter banda por diversão era exercitar a escrita semanalmente em um blog, que poucos conheciam e liam. Poucos e bons, quem lia, curtia.

Enfim, teci uma crítica extensa em relação à matéria, num tom de “como o site do Calango publica uma coisa dessas. Justo o do Calango”.

Naquele período começava a entender um pouco mais da movimentação cultural que vinha sendo feito por uma galera e estava ansiozíssimo pelo Calango, encantado com a programação anunciada e louco pra me aproximar da galera que não só idealizava mas também fazia acontecer tudo aquilo. Tinha chão...

Minha banda da época (Ragha) passou longe de ser escolhida. Mas o fruto daquela Prévia foi a indignação com a matéria do Iuri e a réplica. Pouco tempo depois apareceu o recado do Pablo no comment “Pô velho, du caralho o texto, não quer vir trabalhar aqui no Cubo? Preciso de escritores”.

Era a oportunidade que faltava. Amanhã entro em mais detalhes sobre a continuidade da história e como viemos parar aqui. Enfim.. conheça abaixo o texto de 4 anos atrás, mas que tem importância fundamental na minha entrada no Espaço Cubo. Cujo resultado, assino super embaixo do post no blog do Ynaiã, parceiro de Cubo e de Bong(rs).



PLÁGIO NO CALANGO???

Bom.. já faz um bom tempo que eu tava pensando em atualizar o blog aqui. Mas sempre tava rolando alguma coisa pra fazer no fim de semana, ou algum imprevisto, ou só preguiça mesmo. Mas aconteceu uma parada beeem loca que é um prato cheio a ser colocada nesses blogs desconhecidos que ninguém conhece e vez ou outra alguém dá uma passada por ele e nem se lembra mais depois. É o caso daqui.


Vou começar pelo começo:
seguinte: pra quem não sabe, uma de minhas bandas tocou sábado passado (11/06/2005) na prévia do calango no museu do rio.
seguinte²: pra quem não sabe, Calango é o festival de musica independente mais importante do estado (na verdade, talvez por ignorância, eu não conheço outro). Enfim, o fato é que eu toquei com a banda Ragha. Das 10 bandas fomos a quinta, pela ordem de apresentação. Tocamos 4 músicas ensaiadas às pressas. O baterista da banda, residente em Barra do Garças trouxe três das músicas, as quais só fui conhecer/aprender na manhã do mesmo sábado algumas horas antes da apresentação no museu. A quarta música era uma minha que os caras, com exeção do guitarrista base que tá morando aqui em Cuiabá, também só conheceram/aprenderam na manhã do tal sábado.

O foda da Ragha é isso. Pra princípio de conversa, eis os integrantes:
guitarra base: Olívio
Guitarra solo e vocal: Pedro Henrique
baixo: Ney Hugo, ou seja, eu!!!
bateria: Rafael, Garrapha, para os chegados
Juciane: vocal

Voltando à foda da banda.. ou ao foda da banda, como queiram...
o foda é que, à excessão desse animal que vos fala, toda essa galera aí é tudo barrense (leia-se natural de Barra do Garças). Só que por causa da faculdade, o pessoal deu uma espalhada. O Olívio tá em Cuiabá fazendo eng. civil; O Pedro Henrique tá em Barra do Bugres (não abandonando o "barrensismo") fazendo uma "gestão de sei lá oq" que eu não entendi direito; A Juciane tá em Rondonópolis cursando psicologia (inclusive como caloura da Raquel Peron, do divertido post abaixo sobre a confusão da perda da minha carteira na maldito show da bendita da Pitty); Eu tô aqui em Cuiabá há 20 anos; O Garrapha é o único que permanece em Barra, onde atua como profissional em uma banda.

Então
pelo fato do pessoal tar tudo afastado, a gente é uma banda que quase não se vê. De vez em qdo nos reunimos e tocamos em algum lugar. A Demofeast, festa demolay que ocorre todo 06/09, por exemplo, é sagrada. Aí alguém teve a idéia do pré-calango.
blz, vamos tocar..
mas o fato é que a falta de ensaio e conhecimento prévio das músicas faz as músicas próprias não ficarem assim tão boas. À exeção da única música de minha autoria, eu não tive tempo de arranjar quase nada pro baixo. Fora que ainda errei no palco lá, justamente por isso. Meu, qdo o baixo pára, morre a música. É que nem o goleiro no futebol.. um erro e todo mundo dança. Bom, sei pq sou goleiro...
e baixista...

êta responsa mal cumprida...

Além desse meus erros (hã? Paralamas?) nas músicas dos caras, houve também erro na minha música por parte do Pedro Henrique. Perdeu o tempo do riff da guitarra na introdução da música
eeeeeeeee Pedro

esqueceu a letra no final da música
eeeeeeeee Pedro²

O erro do riff no começo até que saiu de boa pq o Garrapha percebeu e fez uma virada lá que remarcou o tempo da música. Garrapha tbm é foda, o cara é profissional, sem dúvida o melhor e mais elogiado instrumentista da banda. E o que tem mais saco puxado pelo baixista, como se percebe.

Tanto que, segundo o próprio Garrapha me contou, foi elogiado pelo Inaiã do Donalua e Macaco Bong, segundo o qual o som teria firmeza, faltando corrigir uns erros de tempo e tal.
Coincidência?
no, friends.
Falta de técnica?
Não.. falta de ensaio e preparo


O Garrapha apelidou um dos caras que tavam lá na venda de cerveja de "Los Hermanos", por causa da barba e cabelo do cidadão. Segundo o próprio Garraphoso, o Amarante aí tbm elogiou o som da banda. Mas com os errinhos e tocando apenas 4 músicas, não passa a impressão de seriedade necessária à classificação. Sad but True (E Justo!!!)

Mas oq chamou minha atenção de verdade foi uma tal de "Confusão entre bandas por causa de plágio". Foi assim...

Eu tava dormindo na casa do Olívio, pra aproveitar o pouco tempo com o pessoal. Só que na tal da prévia minha mãe foi me ver (ainda meio que homenageei ela no palco por ter dividido uma lata de cerveja comigo ali na "preleção" do backstage).
Aí tá..
eu resolvi dar uma passada em kza pra tomar um banho e talz, já que minha casa fica a um peido do museu do rio (coophamil). Quando voltei o Garrapha e o Pedro vieram me perguntando se eu tinha mostrado a minha música pra alguém pq apareceu um cara dizendo que tinha uma banda que já tocava a música em outra banda e tal. O fato me deixou realmente curioso..
porra, como isso era possível?

Mas deixei pra tratar no dia seguinte..

No dia seguinte, na casa do Olívio pedi pro Garrapha me explicar esse troço. Ele explicou meio por cima e disse que o cara tinha falado com o Pedro.
Já o Pedro...
só soube dizer a mesma coisa que o Garrapha disse e que o acontecido ia sair num site

ow, como era o nome do cara, Pedro?
não sei
Como era o nome da banda do cara, Pedro?
não sei
Em que site que vai sair isso, Pedro
tbm não sei

eeeeeee Pedro³

porra, como é que ele não me grava um acontecimento desse


eis que hoje, pelas minhas andanças cibernéticas, caí meio que por acaso no site do calango, só pq queria ler sobre o secretário de cultura que disse que o "rock dá vida ao museu do rio".

Fala sério, eu tbm sou burro neH?!
Poderia ter procurado logo no site do calango direto sobre o plágio. Era óbvio que era esse o site. Mas enfim, eis oq saiu escrito lá.

Confusão entre bandas por causa de plágio
Música tocada foi o alvo da discórdia, contudo, situação de resolveu no final
Iuri Gomes
Imprensa Calango

Na terceira prévia para o Festival Calango, realizada neste sábado (19/06), ocorreu uma situação inusitada entre duas bandas: Jenec, banda residente em Cuiabá e que existe há dois anos, e Ragha, que possui integrantes em Barra do Bugres, Barra do Garças e Cuiabá.

Cícero Bezerra, ex-guitarrista da Jenec, é o pivô da história. Ele conheceu em Barra do Garças alguns integrantes do grupo que hoje é o Ragha, mas que na época se chamava Miau que Late. Ele acreditou que a banda havia acabado, por seus membros morarem em cidades diferentes.

Então Cícero pegou uma música deles, modificando parte da melodia e estrutura. Na época ele tocava na Jenec e mostrou a música à banda, que passou a tê-la em seu repertório. Ele saiu da Jenec e não avisou aos outros integrantes que "pegou emprestado" o tema antiga da Miau que Late.

A confusão se deu quando a Ragha finalizou sua apresentação com a música "Conflito interno". E Jenec - que não se apresentou nas prévias - tocava a mesma música com outro nome: "Um dia". Cícero então explicou a situação às duas bandas e pediu desculpas pelo mal-estar entre elas. No entanto, a banda Jenec, após o imbróglio, decidiu não mais tocar a música "Um dia".



O interessante é que essa notinha tá cheia de deturpações. E me impressiona como colocaram a notícia. "Confusão entre bandas", "Plágio", "Discórdia". Isso tudo passa a idéia de uma afronta grande, sendo que tudo foi resolvido amigavelmente e com toda a calma. Talvez seja exagero dizer que foi sensacionalismo... mas passa perto
e esse é o jornalismo

Tipow, O Garrapha me contou mesmo que o tal do Cícero aí chegou a perguntar a ele e ao Pedro se eles eram de Barra, pq ja os tinha visto tocando por lá.
Mas agora essa história de achar que a banda tinha acabado pelos integrantes morarem longe tá muito mal contada. Muito mesmo.
Moramos longe, é verdade. Mas a banda já existe há muitos anos. E o pessoal se separou só no ano passado, que por coincidencia foi qdo eu entrei na banda.

Absurdo maior ainda: ...grupo que hoje é o Ragha, mas que na época se chamava Miau que Late

A Ragha NUNCA se chamou "Miau que Late".
NUNCA

"Miau que Late" é a banda que o Garrapha toca como profissional em Barra. Oras, a música "Conflito Interno", vítima do rolo, é minha. E eu nunca toquei no "Miau que Late". A única relação que eu tenho com essa banda, além de dividirmos o baterista, é o fato do vocalista ter produzido o som no show que fizemos na Demofeast em Barra no ano passado.
E só!!!

Agora como é que o cara vem me dizer que a música era do Miau que Late, dado os fatos já explicitados acima aí?
Weird...

Bom.. ele pode ter visto na verdade a Ragha mesmo tocando, já que "conhecia" tbm o Pedro Henrique, outro que jamais tocou no Miau que Late. Só que isso não explica como ele conhecia a música, uma vez que Garrapha e Pedro a ouviram pela primeira vez comigo tocando a guitarra do Olívio e lhes passando a letra.
Muuuuuuito estranho.

parapsicólogos de plantão, estudem o caso.
Transmissão de pensamento?

Transmissão de transtorno, isso sim.

Outra coisa mais estranha ainda. Eu entrei na Ragha pq a namorada do Olívio estuda na minha sala, no curso de história da UFMT. Ano passado, numa daquelas conversas qdo o pessoal ta se conhecendo ela me disse que "ei, vc é baixista?. Meu namorado precisa de um baixista".

Agora, a estranhice...
essa música, "Conflito Interno", foi escrita por mim em 2002. Quando eu era um colegial de escola salesiana e nunca nem imaginava cursar história, conhecer uma garota, ter uma banda com o namorado dela, mostrar uma música, tocar no pré-calango e ter rolo por causa de plágio (ufa!)
Meu plano era cursar jornalismo, ao qual desisti. Ainda bem...
não serei eu a ficar por aí publicando histórias mal contadas...

Nessa época, minha maior glória era tocar no intervalo do colégio com o grande amigo e já conhecido na cena, Luiz Lazzaroto.

Agora
Como é que esse cara do plágio aí conhecia a música se eu nem sonhava em conhecer Garrapha e cia na época em que ela foi feita - e sem nunca ter mostrado a música pra ninguém antes de sábado passado?

Isso é um caso para pe. Quevedo dizer:
"Isso no ecziste"

Oq eu consegui montar aqui na minha cabeça foi que ele (o Cícero, não o padre) deve ter visto uma música da Ragha em sua antiga formação em Barra do Garças. Chupou a música pra tal da Jenec e, por coincidencia(?), ela ficou parecida com a minha "Conflito Interno".
Mas peraí..
A Ragha só tinha uma música própria até antes de sábado, chamada "até um dia te ter". Essa foi tocada tbm lá. E ela não tem nadinha a ver com "conflito interno".

Outra estranhice é que o nome da ex-música do Jenec é "Um dia". Olhando pra "Conflito Interno", não tem como dar esse nome a ela. Não tem nada a ver com Um dia, pois fala de uma situação arrastada por meses a fio. E isso fica implicitamente claro na música. Implicitamente mesmo. Não tá na cara, mas pelo enredo dá pra sacar o naipe da situação.

Quer saber?
Eu que desisto de tentar entender como esse Cícero conseguiu essa proeza.
Eu poderia até colocar a música aqui, a título de comparação, sei lá

Mas melhor não...
vai que plageiam
=/


2 comentários:

  1. A saber, posteriormente fui descobrir que o "los hermanos" era o Caio Mattoso e o Cícero, veja você, é o carinha do Aoxin. O secretário que disse que o "rock dá vida ao museu do rio" já era o Mário Olímpio.

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir